Com entrada gratuita, a intenção da palestra é um bate papo sobre os conceitos e os valores desse método de ensino
Ainda novidade para muitos pais e professores, essa pedagogia se propõe a olhar para o desenvolvimento do aluno em sua integralidade. Em vez de acumularem conteúdo desde os primeiros anos escolares, as crianças são estimuladas a pensar, sentir, formar opinião e desenvolver uma inteligência social.
Em 2019 esse método de ensino completa 100 de existência, tendo seu início logo após a Primeira Guerra Mundial justamente na Alemanha. Hoje se encontra em mais de 60 países, no Brasil, a primeira instituição foi fundada em 1956, em São Paulo, e atualmente são 88 escolas assim no país, distribuídas em 21 Estados, com mais de 16 mil alunos e 1,7 mil professores. Uma faculdade da pedagogia Waldorf também começou a funcionar no ano passado.
A não ser para as turmas de Ensino Médio, nas aulas, não há a adoção de livros didáticos, por exemplo. Os alunos vão construindo ao longo do ano um caderno individual, feito na sala de aula, em que registram as atividades. As crianças também não são avaliadas por provas tradicionais, mas têm lição de casa e um boletim que não tem notas, mas uma descrição do desempenho nas atividades da escola. Além de matérias específicas, como a euritmia (que interpreta sons e palavras com movimentos precisos), as escolas dão uma importância maior ao ensino de Artes e, mesmo em disciplinas tradicionais, o conteúdo é passado de forma lúdica.
A pedagogia Waldorf trabalha com alguns conceitos específicos. Veja quais são e as suas definições.
Antroposofia: é a filosofia que une a ciência à espiritualidade, elaborada pelo austríaco Rudolf Steiner no início do século passado. Na Educação, considera a importância da relação dos alunos com a natureza, as emoções e o estímulo à individualidade.
Antropologia evolutiva: o desenvolvimento das crianças é o centro da pedagogia, segundo Steiner. Em vez de buscar uma qualificação profissional direcionada, o aluno é estimulado a compreender qual é seu papel no mundo e a sua vocação.
Euritmia: dificilmente você vai encontrar essa disciplina em uma escola que não siga a pedagogia Waldorf. Ela foi criada por Steiner e estuda a linguagem e a música em movimento. Nas aulas, o professor e as crianças podem formar um círculo e fazer movimentos precisos, interpretados durante uma obra musical.
Sensibilidade artística: a arte e a imaginação devem estar presentes em todas as aulas, por meio de imagens, músicas e atividades manuais. Isso porque, para Steiner, o desenvolvimento intelectual não deve ser mais importante do que as habilidades artísticas e artesanais.
Habilidades manuais: alunos e alunas fazendo projetos de tricô, de marcenaria e mexendo na terra. Os conceitos de arte e as oficinas criativas são levadas à prática. O trabalho manual ajuda na coordenação motora e mantém o cérebro em alerta.
Imitação e experimentação: a criança já aprende naturalmente imitando o comportamento dos pais e de outros adultos próximos. A pedagogia estimula esse aprendizado pela imitação, com jogos e músicas em sala de aula.
Professor companheiro: o professor permanece responsável pela mesma turma durante os oito primeiros anos de ensino, podendo, assim, acompanhar a evolução dos alunos e compreender o tempo de aprendizado de cada um.
O prof. Leonardo Bighetti Pinho vai apresentar uma palestra em Jardinópolis intitulada Educação para Liberdade, onde vai realizar um bate papo sobre a Pedagogia Waldorf, seus conceitos e valores.
A palestra acontece dia 22 de novembro as 19h no Plenário da Câmara Municipal, Praça João Guimarães, 60 – Centro.
Leonardo é formado em Cinema e Letras. É professor há quase 10 anos e tem também formação em Pedagogia Waldorf (Educação Infantil e em breve Ensino Fundamental). Faz parte da Associação Sol Nascente, fundadora da Escola Waldorf Maria Morieri Palumbo em formação, no bairro Vila Virginia – Ribeirão Preto SP.
Fonte: Site Nova Escola.
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