“Quando o Senhor me chamar de
volta ao lar, seja isso o que for, vou
partir com maior amor por este
nosso país e com um otimismo
eterno em relação a seu futuro.
Agora começo a viagem que vai me
levar ao pôr do sol da minha vida.”
(Ronald Reagan)
Quando a morte do tio Jamil foi noticiada na tarde do dia 27 de abril, eis que uma nota profunda e triste soou em minha vida. Ressoou amplamente... Aquela ligação calou o tumulto que eu estava e parou trânsito à minha volta, fazendo com que incontáveis memórias e lembranças tomassem o meu arredor.
O tio Jamil, que era amado por todos seus familiares, principalmente pela querida Tia Ivanise, foi um homem marcado pela coragem pessoal, humor sutil e espírito otimista.
Tais características o tornavam especial e lhe permitia ser um homem de voz firme e eloquente que proclamou com orgulho o espírito público quando serviu ao povo da Terra da Manga.
Atravessou momentos inesperados e enfrentou águas turbulentas, mas mostrou com altivez e fez mudanças fundamentais na política jardinopolense. Sua passagem pelo espaço público foi marcada pelo propósito coletivo e pela convicção de que não se podem trocar os princípios por conveniência.
Para nós que falamos a língua de Silva Jardim, tio Jamil fez dos jornais “ Folha de Jardinópolis” e “A Cidade de Jardinópolis” um palco de lutas de reivindicações necessárias e mostrou como um homem dos números usava as letras com maestria.
Seu esforço individual e generosidade pessoal marcou nossa infância. Adorável no trato, bravo por vezes, amoroso com os seus, ele mostrou ser um homem de coração que nunca hesitou e um espírito destemido.
A sua alma brilhante e dinâmica nos deu amor quando tudo à nossa volta parecia triste. Quando perdemos quem mais amamos, ele com a querida Tia Ivanise estavam ali para nosso suporte.
No final, a morte veio como uma amiga. Depois de uma Páscoa com todos a quem mais amava, ele adormeceu, como todo homem ou mulher temente a Deus e a mais nada do mundo.
Tio Jamil partiu em uma época em que a humanidade se equilibra com incerteza e à beira da catástrofe, mas seu legado é o maior tesouro. Este certamente será guardado em nossos corações e mentes para sempre.
Eu que tive oportunidade de ser seu sobrinho, posso sentir a emoção de invocar a prece e a passagem de Mateus 25:21: “E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor.”
Até logo, querido Tio. Descanse e encontre os nossos e saiba que ficaremos aqui com saudade.
Com todo amor.
José Elias Gabriel Neto – “Gabrielzinho” como carinhosamente se referia a mim.
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