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Renato Gomes

Terceiro ano do Festival dos Sonhos do Ciranda Viva tem apresentação emocionante

Projeto reconhecido pela Ministério da Cultura conscientiza sobre o futuro dos jovens, seus sonhos e esperanças, numa apresentação emocionante e belíssima

Desde 2002 quando a Associação Ciranda Viva foi fundada, ainda com o nome de Amor Exigente na época, que é organizado o que era chamado de Festa da Madrinha.


A ideia original da Festa da Madrinha era de presentear as crianças do projeto na véspera do Natal, para isso algumas pessoas ajudavam com os presentes “apadrinhando” essas crianças para o Natal, e com isso as crianças confeccionavam uma lembrancinha como agradecimento.


Nos últimos 10 anos a festa começou a crescer, inclusive com apresentações para os “padrinhos”. Segundo Rosilaine Lacerda Sato, coordenadora do projeto, no começo as crianças esperavam muito o momento do presente, mas com o passar dos anos e do tempo o interesse delas foi ficando cada vez maior para com as apresentações, do que para os presentes.


Nos últimos 3 anos a festa cresceu muito, tanto no número de expectadores como de alunos envolvidos nas apresentações, chegando inclusive a receber um reconhecimento durante essa gestão atual, da Secretaria de Cultura e Turismo de Jardinópolis, pela sua importância e passou a ser chamada de Festival dos Sonhos, que nesse ano de 2019 aconteceu no dia 10 de dezembro, sendo essa a terceira edição.


Rosi nos contou com muito orgulho que cada ano a partir de 2017, com a transformação da Festa num Festival, em cada ano é contada uma história nessa apresentação, e nesse ano de 2019 o tema foi o sonho de uma criança, “nesse espetáculo o objetivo era fazer um resumo do enfrentamento das situações mais complicadas registradas no município de Jardinópolis, então todas as cenas mostradas no teatro, são fatos reais, tanto de abusos, exploração sexual, violência doméstica, alcoolismo, o bullying virtual, como o exemplo do que aconteceu com o menino Ryan, onde além do espancamento que levou ao seu óbito, onde as pessoas se preocupavam muito mais com a divulgação das imagens do que com o socorro. Então abordamos todos esses temas através da arte com a finalidade de promover a conscientização”, disse Rosi.



Outro tema importante abordado na apresentação foi o Suicídio, conscientizando e alertando as famílias sobre o tema, uma vez que em Jardinópolis, foram observados diversos casos de crianças e jovens, passando por essa situação, principalmente, com automutilação (cortes no próprio corpo).




Rosi nos disse ainda que nesse ano eles tiveram uma palestra com um legista que trouxe um dado muito chocante, que de 100 mortes de crianças e adolescentes no Brasil, cerca de 50% desses casos era acometido pela própria família a maioria sendo pela própria mãe, “precisávamos atingir as famílias mediante desses dados, por isso escolhemos a música da Elis Regina, Como Nossos Pais, para leva-los a refletir sobre as situações que as vezes os próprios pais enfrentaram, e em vez de não praticar esses abusos com os filhos, perpetuam de geração em geração. Precisamos romper esse ciclo vicioso!”, completa Rosi.


As apresentações foram sempre seguidas de músicas marcantes, com temas e mensagens importantes, “uma criança sem sonhos, ela não tem perspectiva de vida, por isso todas as musicas serviam de impacto”, completa.



A história toda do teatro foi mostrando sonho a sonho que as crianças precisam disso, para ter algo a alcançar. O espetáculo todo foi indo nessa evolução da vida do protagonista, ele vai tendo apoio da família, dos amigos, matando os pesadelos, sonho a sonho, onde eles iam entrando e passando pelo filtro dos sonhos.




Outro ponto importante da apresentação diz respeito ao abuso sexual, diariamente vemos através das notícias na televisão ou pela internet, relatos de pessoas que sofrem ou sofreram algum abuso, na apresentação esse tema também foi abordado e ele não entra no filtro dos sonhos, por ser uma situação muito complicada, é um crime que precisa ser responsabilizado, tanto que na apresentação aquele que comete o crime vai preso.


No decorrer da apresentação o protagonista segue um caminho, e esse caminho é o de se tornar um palhaço.


Dentro do Ciranda Viva existem vários cursos e oficinas, num deles as crianças aprendem sobre ser um palhaço, no caso da apresentação, Rosi nos conta que foi uma surpresa o que aconteceu no final, pois uma das atrações foi o artista jardinopolense João Marcilio, que sempre que pode participa e ajuda, sendo que seu irmão, Jeferson Marcilio é um dos professores do Ciranda. No momento final da apresentação, João interpretando seu personagem, o palhaço Tiba, passa o seu nariz para o protagonista, o palhaço Monicão, como uma espécie de batismo, tornando o momento mais especial e impactante.



Foto: Patrícia Fernandes

No encerramento do Festival, os padrinhos das crianças presentearam cada uma delas, houve muita comoção e uma certeza, q o trabalho com esses jovens não deve parar, eles são o nosso futuro e a nossa esperança.




 

Conheça mais sobre a Ciranda Viva


A Associação Ciranda viva, atende e ajuda crianças e adolescentes de 6 a 15 anos de idade em situação de vulnerabilidade social, atendendo a população de Jardinópolis desde 2002.


A equipe é formada por colaboradores de diversas áreas, como Pedagogas, Psicólogas, Educador Físico, Biólogos, Musicista, Instrutor de Circo, Capoeira e Karate, todos focados em um único objetivo, incluir socialmente estas crianças e desenvolver suas potencialidades através das atividades de Psicomotricidade.


O Ciranda Viva hoje atende semanalmente aproximadamente 230 crianças e adolescentes em todos os programas, sendo 110 crianças no atendimento diário, cerca de 50 na capoeira e 70 no karate, fora outras atividades como o Programa Criança Feliz que atende mais 100 famílias em domicílio.

Foto: Divulgação / Associação Ciranda Viva

Existe hoje dentro do projeto Ciranda Viva a única Tenda de Circo fixa, chamada de Tenda Circus, e somente em 2019 recebeu mais de 1.100 pessoas nos 4 espetáculos apresentados: Tenda Circus - A Inauguração; O Começo; Clownflitos Amorosos e Sonhos em Construção.

Foto: Divulgação / Associação Ciranda Viva

O Centro de Treinamento de Karate do Ciranda Viva recebeu o reconhecimento da Federação Japonesa de Karate (JKA), e pela primeira vez em Jardinópolis acontecerá o Festival de Karate JKA. O evento acontecerá em janeiro de 2020, no dia 25.


Uma conquista importante para o Ciranda Viva aconteceu ainda esse ano de 2019, onde receberam o reconhecimento como Ponto de Cultura pelo Ministério da Cultura, hoje Secretaria especial da Cultura do Ministério da Cidadania. Somente o Ciranda possui esse reconhecimento em Jardinópolis. O projeto premiado que garantiu esse título foi o justamente o Festival dos Sonhos.


Aqueles que quiserem colaborar com a Associação Ciranda Viva, podem entrar em contato através do site cirandaviva.org.br do telefone (16) 3663-5130 ou pelo email cirandaviva@hotmail.com, e nas redes sociais como facebook, instagram: @cirandaviva e youtube.

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